MEUS LAMENTOS (2)
Amanhã quero cedo despertar;
E ver o sol resplandecente em seu raiar,
Vou estar nas pedras como sempre,
Quero ouvir o som do vento;
Para nele dissipar o meu lamento,
Mas ninguém nunca, nunca saberá,
O que me dizes, ó vento.
Sei que o sol tentará abrasar inutilmente o meu corpo,
Que em nada adiantará,
Se minh'alma permanece a congelar.
Por fim, calou-se o vento,
Pude só então ouvir de ti,
O que o vento tanto tempo me ocultou;
Disse-me que como eu, estavas sofrida,
E que igual a mim, ninguém jamais te amou.
Agora que sopre o vento,
Venha agora sim, enxugar as águas que degelam de minh'alma,
Pois meu lamento ainda há de encontrar;
Lamento sim...
Lamento muito todo esse tempo que perdi,
Perdi por não poder te escutar...