CEMITÉRIO

Nós seguimos por caminhos tão distintos

Você feliz, cheia de amigos e eu na rua

Sozinho e à mercê de meus instintos

Minha mão já não pode tocar a sua...

Seguimos por estradas diferentes

As suas com flores, as minhas com espinhos

Você saudável e eu sempre doente

Você acompanhada e eu tão sozinho.

Os raios de sol do fim da tarde

Invadem sem pudor minha janela

Ao mesmo tempo que em meu peito arde

A brasa que restou do amor dela...

Trezentos e sessenta e cinco dias

Rotações, raios, eclipses, translações

Lágrimas, choro, ansiedade e agonia

Juntos já não batem nossos corações...

Dores e amores andam sempre juntos

Em todo e qualquer ponto do hemisfério

Meu amor e coração são dois defuntos

E meu corpo, vejam só, é o cemitério...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 06/11/2012
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T3972248
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