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Cansada de andar e não chegar
Me aventurei por diversos caminhos
Mas continuei aqui
Na epifania busca por mim
A sede de consegui mais não tentar
A vontade de esquecer mas ainda lembrar
O desejo de morrer mas ainda viver
O próximo degrau tão perto mas minhas pernas não querem subir
Entre um trago e outro
A bela dança da fumaça me alucina
Me faz ver o quanto sou incapaz
E o quanto ainda amo você
Sou incapaz de esquecer
Sou incapaz de perdoar
Sou incapaz de amadurecer
Sou incapaz de ser fiel
Sou incapaz de andar só
Sou incapaz de ter minha alma de volta
...
Quando escrevo, é você quem arrasta minha mão pelas páginas
Quando deito, é você quem me aquece e quem me esfria... invade meus sonhos e os transforma em pesadelos
Quando respiro, é o ar que tu expira que invade meus pulmões, me impregnando ainda mais de você...
Quando me alimento, é apenas para sustentar essa máquina que chamam de corpo
Pois esta máquina só terá vida quando você voltar... enquanto isso, ela apenas se move inexistente...
...
Perdi minha vida quando te conheci
Ganhei uma família quando com você, um pouco vivi
Me despedacei quando você se foi
...tentei me colar...
Mas o pouco que de mim grudou
Dentro de um congelador hibernou
Mas o quê de nós restou??
Para mim, um futuro ainda brilhante
Que a paciência me faz aguardar
Para você, apenas lembranças
Que mais longe a cada dia irão ficar
............
O que faço eu com este dolorido amor?
O que faço eu com toda esta vontade de você?
O que faço com este imensurável desejo de morrer?
O que faço eu com este ser tão pequeno que em mim se espelha para crescer?
O que faço eu se preciso de você para viver?
O que faço eu com todo este amor que restou e que você não quer mais saber?
O QUE FAÇO EU?...