...

Cansada de andar e não chegar

Me aventurei por diversos caminhos

Mas continuei aqui

Na epifania busca por mim

A sede de consegui mais não tentar

A vontade de esquecer mas ainda lembrar

O desejo de morrer mas ainda viver

O próximo degrau tão perto mas minhas pernas não querem subir

Entre um trago e outro

A bela dança da fumaça me alucina

Me faz ver o quanto sou incapaz

E o quanto ainda amo você

Sou incapaz de esquecer

Sou incapaz de perdoar

Sou incapaz de amadurecer

Sou incapaz de ser fiel

Sou incapaz de andar só

Sou incapaz de ter minha alma de volta

...

Quando escrevo, é você quem arrasta minha mão pelas páginas

Quando deito, é você quem me aquece e quem me esfria... invade meus sonhos e os transforma em pesadelos

Quando respiro, é o ar que tu expira que invade meus pulmões, me impregnando ainda mais de você...

Quando me alimento, é apenas para sustentar essa máquina que chamam de corpo

Pois esta máquina só terá vida quando você voltar... enquanto isso, ela apenas se move inexistente...

...

Perdi minha vida quando te conheci

Ganhei uma família quando com você, um pouco vivi

Me despedacei quando você se foi

...tentei me colar...

Mas o pouco que de mim grudou

Dentro de um congelador hibernou

Mas o quê de nós restou??

Para mim, um futuro ainda brilhante

Que a paciência me faz aguardar

Para você, apenas lembranças

Que mais longe a cada dia irão ficar

............

O que faço eu com este dolorido amor?

O que faço eu com toda esta vontade de você?

O que faço com este imensurável desejo de morrer?

O que faço eu com este ser tão pequeno que em mim se espelha para crescer?

O que faço eu se preciso de você para viver?

O que faço eu com todo este amor que restou e que você não quer mais saber?

O QUE FAÇO EU?...

Naty Castro
Enviado por Naty Castro em 10/10/2012
Código do texto: T3925797
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