Os dias em minutos e segundos
os dias se vão
cedo como as madrugas
insalubres.
Da ponta ao cume um lume
uma piada, dos estragos,
dos tragos trivias,
que nessa banalidade
ancestral convivemos.
os minutos e os segundos
vivem ainda
nessa terrivel briga
com o tempo,
sentido e apegando-se
as dores temperadas
a modinhas lascivas.
os minutos distribuidos
analogamente ao tempo
vão refazendo-se a cada dia
em períodos escalados
zombando das nossas incertezas.
e nos intervelos perdidos
letras marginais e incógnitas
indivisíveis, com alegrias
multiplicadas por divisores
incomum.
e em meio a doses de rum
os minutos se alegras
e pertuam lembranças dos risos
devera entusiasmados.
os séculos vão se embora,
e já nem lembro, anos bissexto,
o tempo extra fora esquecido,
perdido no calendário ordinário.
essa indecissão dos segundos
e minutos memóraveis
dos quais estamos refém
encuralam-se se as horas,
subtrai todo o sentido,
e no final as dúvidas se perpetuam.
confesso não me apego ao tempo
mais agora tenho de acordar antes
das seis. Ou melhor cinco e cinquenta e nove,
são os minutos das horas fadigáveis,
imemoráveis, e dos minutos extras,
dos salários atrasados,
que nos aprisionam a cada dia.