VAGA ESPERANÇA

Quase sempre me pego sonhando contigo

Dormindo ou acordada

Sempre alienada

Sem pensar

Acabo pegando um papel

E começo a desenhar

Teu rosto, teus braços

Teu sorriso, teus traços

Acabo querendo materializar sentimentos

Acabo criando tendências de arte

Ou mesmo sem papel

Olho pro céu

E te desenho no ar

Flutuo e crio formas que as nuvens não têm

E assim continuo a te recriar

Com uma pena imaginária à mão

Olho pro horizonte

E te imagino lá

Lá onde você possa estar

Na imensidão do além

No infinito do azul do céu e do luar

Olhos brilhando

Sorriso transbordando

É assim que te imagino

Do outro lado do abismo

Em face desse vislumbre

Chega alguém perto de mim

E sussurra no meu ouvido assim:

“Ele não vai mais voltar”

Olho para o lado de cá

E vejo como se um colírio limpasse minha visão

Um rosto armagurado

Face entristecida caída no chão

Olhos a chorar direcionados para um espaço distante

Que me orientavam para uma suposta direção

Molhados de lágrimas

Que intensamente falam a todo instante:

“Onde tu estás?”

A voz novamente me sacode dizendo:

“Por quem tu esperas?”

“Para ele, você não existe mais”

“De você, ele nem se lembra mais”

De repente minha visão horizontal torna-se vertical

Olho para os céus

Enquanto as lágrimas escorrem sobre meu pescoço, colo e corpo

As lágrimas agora falam: “Senhor, socorro!”

Socorro para diminuir essa dor

Com o antídoto que só o Senhor faz!

Enquanto isso a voz exclama:

“Para ele, você não existe mais”

“De você, ele nem se lembra mais”

Karen de Araújo
Enviado por Karen de Araújo em 13/06/2012
Reeditado em 18/06/2012
Código do texto: T3722309
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