A VIGÍLIA
Percorro as alamedas solitárias
Como um poeta antigo...
Observo a vida que acontece
em cada movimento que
a impulsiona para o além...
Um esquilo que foge como
um súbito adeus...
O lago me acena feliz,
exibindo a face pálida da lua,
companheira das noites claras.
Os salgueiros sentimentais cheios de
lágrimas verdes soluçam a tua
ausência ao meu lado...
O jardim evoca o paraíso dos
meus sonhos repletos de bons momentos a teu lado.
A coruja põe-se a enxugar com suas aladas penas
as lágrimas do inconsolável chafariz...
O vento viola as flores num
ciclo de fortes beijos,
exalando perfumes que me fazem lembrar tua
alma de corpo moreno...
Mãos invisíveis de memórias
acariciam meu rosto,
substituindo as tuas...
Todo poeta faz vigília
nas insônias ambulantes
dos passeios solitários...
Eles tentam reviver momentos
de ternura que ficaram num passado bom...
Sam - 93