TARDE DE MONTILLA
Afinal ela não me amava...
Fora só a montilla no seu copo
e o doce luar acima de nós.
A mágica foi embora tão logo
que antes de ir estávamos sós
mas aquele beijo retiniu
e meus lábios queriam-na mais.
A fragilidade da boca
A língua e seu sabor cruel.
Sabia no instante em que toquei-a
nunca mais me concederia tal prazer
tentei absorver tudo como se um beijo
pudesse transpassar a mim toda a alma.
Todavia foi vivido e quase transparente
viveria toda minha vida
por outro beijo dos tão raros lábios.
E no final saberia: ela não me amava...