CONDENAÇÃO

A cada hora engulo meu sorriso e desespero a sorte,

E quem entra pela porta do isolamento sou eu sim,

Mas, acompanhado da ilusão que morta me seguiu;

E a sorte me come um terço rezado antes da morte,

E o isolamento me assiste como me desse o seu fim,

E entre tanta culpa da injustiça este mundo meu ruiu!

Antes que me traga eterno e manso descanso, a cova,

Digo que: Fui a linha medida na costura do meu medo;

Mas, aos olhos do alheio julgamento corcunda de idoso,

Já faz tempo ele que na crueza do humano, faz desova...

E bem que disseram que a pena é a extinção do segredo,

Pois, o que te prova a mentira sem defesa ao rancoroso?

Fui judiado como tantos outros morimbundos da vida,

Por um absurdo da falha que também te veste os olhos...

Seria um destino o engano da fatalidade que me feriu?

Ou a pecaminosa face da incerteza na minha despedida?

Não é totalmente cega a justiça mas, sim, usa antolhos;

Sem ver o lado que decifraria a verdade que lá existiu.

Levo meu coração magoado a destruir-se na condenação,

Rabiscando na cela os meus dias das tristezas absolutas...,

E nem mesmo a fé me poupa a forte dor em purgamento;

Que dentro de mim o inocente, é visto como a aberração

Ante a sociedade, onde os valores estão nas próprias lutas,

Esquecendo que a válida retidão, será paga no firmamento.

Setedados
Enviado por Setedados em 26/02/2012
Reeditado em 26/02/2012
Código do texto: T3520481
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