CONDENAÇÃO
A cada hora engulo meu sorriso e desespero a sorte,
E quem entra pela porta do isolamento sou eu sim,
Mas, acompanhado da ilusão que morta me seguiu;
E a sorte me come um terço rezado antes da morte,
E o isolamento me assiste como me desse o seu fim,
E entre tanta culpa da injustiça este mundo meu ruiu!
Antes que me traga eterno e manso descanso, a cova,
Digo que: Fui a linha medida na costura do meu medo;
Mas, aos olhos do alheio julgamento corcunda de idoso,
Já faz tempo ele que na crueza do humano, faz desova...
E bem que disseram que a pena é a extinção do segredo,
Pois, o que te prova a mentira sem defesa ao rancoroso?
Fui judiado como tantos outros morimbundos da vida,
Por um absurdo da falha que também te veste os olhos...
Seria um destino o engano da fatalidade que me feriu?
Ou a pecaminosa face da incerteza na minha despedida?
Não é totalmente cega a justiça mas, sim, usa antolhos;
Sem ver o lado que decifraria a verdade que lá existiu.
Levo meu coração magoado a destruir-se na condenação,
Rabiscando na cela os meus dias das tristezas absolutas...,
E nem mesmo a fé me poupa a forte dor em purgamento;
Que dentro de mim o inocente, é visto como a aberração
Ante a sociedade, onde os valores estão nas próprias lutas,
Esquecendo que a válida retidão, será paga no firmamento.