ELA NÃO QUIZ O MEU POEMA
ELA NÃO QUIZ O MEU POEMA
Com as mãos tremulas,
Os olhos assustados e lacrimejantes,
Seguro a folha de papel,
Como se segurasse
A ultima esperança.
Igual a um menino
Que acabava de ver seu sorvete cair ao chão,
O poema tinha perdido todo seu encanto.
Sei que ele não tem a genialidade de um MARIO QUINTANA.
Em alguns trechos ate consegui rimar;
Emoção com coração,
Carinho com amorzinho.
Escrevi-lhe que;
Dava-lhe as estrelas como presente,
Que o oceano iria beijar seus lindos pés,
Que o arco-íris daria mais cor aos seus olhos.
Na medida que o sorvete derretia no chão,
As letras, uma a uma, escorregavam da folha
Caiam ao solo e viravam poeira.
Ela não quis o meu poema!
Não conseguia fitar-lhe os olhos.
Com o coração descompassado,
A única vontade era sair correndo dali,
Mas não conseguia me mexer.
Sentia que todo o mar me engolia,
Que todo abismo se abriu aos meus pés,
Que um tornado assolava minha cabeça.
Que todo sonho,
Simplesmente, deixou de existir.
As palavras se emaranhavam,
Os olhos ardiam,
O peito arfava,
As pernas bambeavam,
E ela, ela não quis o meu poema.
Agora seria rimar;
Me deu um fora, com,
Ir embora.
Coração despedaçado, com,
Sonho decepado.
Di Camargo, 29/12/2011