ASSIM COMO TU: CHOREI.
Vivi, amei, dilacerei, tal como tu: ressuscitei;
Que de repulsa afastei-me da terra, como um
Verme fugindo das entranhas do mistério.
Tentei tornar-me borboleta, mas prossigo
Encasulada.
Beijei, sofri, chorei, tal como tu: morri.
E num devaneio sem sentido, refiz-me
De palavras cheias de esperanças
Ainda trancadas em seu diário macabro.
Suspirei, solucei, reconstruí, tal como tu: perdi;
As propensas soluções da alma se envelheceram
Em uma gaveta qualquer, entre as fotografias
De corações apaixonados destinados a sofrer
Por caravelas que partem, por procissões de alma,
Cortejos de flores embalsamadas com o amor pungente.
Amordacei, desatei, suscitei, tal como tu: despedacei;
Como um botão de flor que não mais se alimenta do mundo,
Deixando as pétalas formarem tapetes perfumados,
Escondendo a lama dos meus olhos.
Tal como tu: chorei.
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