POEMA DO DESENGANO: ACHADO NA LATA DE LIXO

“Quando estou com vocês

é igual à não estar

ficam a desprezar

tudo que sonhei,

minhas questões

antes aplicações

da própria filosofia

que tenho por importante

na minha vida

não são nada mais farsante

que o óbvio do trivial.

Só sabem enxergam o mal

em todas as minhas ações

e isso me dá comiserações

remoendo o inverso

que este verso faz no peito.

Tudo isso é desprezo

que vocês negam a afirmar

mas não neguem que não há

eu sei de todo esse pacto:

Um para cada lado

e todos contra o renegado!

eu estou cansado

de sofrer por livre escolha

só que isso é uma bolha

que insiste em não estourar,

sinto sua falta Estrela Fria

por isso insisto em tentar.

No entanto chegará o dia

em que nem isso bastará

então vou terminar a agonia

e não digam que não tenho razão

por todas essas circunstâncias

já não tenho mais importância

para seu circulo de reunião,

esquecem-se porém que devem a mim

o motivo de vossa união

e quando estava no abismo sem fim

pude ver que aquele otário

um dia vai perpetuar a traição

mesmo falando o contrário

não adianta buscar redenção.

O meu lugar já foi tomado

e serei sempre por vós excluído

assim como nos restos dos lugares

só tenho espaço mesmo nos bares

onde é de álcool e ópio todo convívio

Não digam que eu não tentei

e nem que devia ir pro hospício

o que devo fazer está claro

já que não há mais nenhum laço

que me prenda a este estrupício

chamado mundo que só me oprime!

Quero alguém que não duvide

e evite meu desperdício

quero ser grande em pensamento

e viver assim um feliz momento

sem ter de usar vis artifícios,

já não me importam estes artigos

e se acham que só eu estou errado

estão ‘redondamente’ enganados.

Friso a palavra redondo

pelo motivo óbvio de indicação

a você que está pondo

a lápide da própria condenação.

Cadê a fidelidade dos amigos?

Será que só gostavam Disso

Quando Isto lhes era uma útil

e se encaixava em sonho fútil?

Não, dessa vez não ponho

os pés pela mão: exponho

e terão de ouvir até o final

cansei dessa analogia cabal,

eu nunca estou certo

e quando estou, mostrando seu apreço,

escarra em mim todo desprezo.

Neste instante tu és verdadeiro

e redondo por toda a parte

vejo quão bom é seu processo de arte

nesta verdade que tens por idônea.

Aquilo que mais rasga o coração

por mais que essa mentira se dilate

é ela estar do seu lado na insônia,

proclamando letárgica tua proteção

só que tu não passas de um pobre coitado

e do mundo não tem nenhuma noção

só quer saber do seu próprio nariz

e faz-se de amigo para apunhalar

e do sangue conhecido fazer-te feliz.

Eu também sou assim, admito

mas nunca traí ninguém

diferente de você que é alguém

sempre se achando o certinho

não tenho medo de admitir estar errado,

esse poema todo é pra ti diabo

que me usa para conquistar esse objetivo

que não vou revelar o que é

pois tu bem sabes que tem mulher

quando o meio dos homens é envolvido

eu só tenho uma solução

depois de amanhã cometerei suicídio.”

(Do Livro "Para Ninguém")

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 09/11/2011
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T3326129
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