Dilema em dois atos:

“quem eu quero não me quer, quem me quer mandei embora”

I - Anjo

E na casa da luxúria encontrei o tal anjo por acaso, escrevendo certo por linhas tortas

"Arrastando o meu olhar como um imã"

Arrebatando minha essência

E minh’alma com ele se meteu, se envolveu e do seu perfume embebeu

Que fazer ante tais sentimentos?

Que cair de joelhos me fazem?

Como frear os meus pensamentos

Que as imagens do anjo à mente trazem?

Que culpa posso ter se a borboleta de Posse bateu asas

E uma tempestade em Brasília provocou?

E uma mansão outrora sólida caiu

E uma reunião de areia em um castelo convocou?

Antúrio, Barulho, Marulho, Getúlio, Acúleo, Murmúrio, Lamúrio!

Quando tal anjo dos vapores surgiu

Nada a mim me prometeu

E a minha alma consumiu

E meu coração absorveu, me doeu

Murmúrio!

E ao ver aquel’anjo tão lindo e tão frágil, minha alma comoveu

Padecia de coração sangrado, pela queda de sua mansão

Pelas perdas que sofrera

Seu angélico coração

Dele quis eu cuidar, e suas feridas ajudar sarar

Orgulho!

Então descobri o amar por amar

Amor verdadeiro, incondicional;

No qual se ama para não ganhar; Só para dar, sem nada esperar

Confiando somente no Grande Timoneiro

Que é Deus

E na devoção de todos os restauradores carinhos meus

Sigo esperando ao anjo dar sempre o melhor de mim

Fazendo-o sentir alegria por estar vivo e cuidado enfim,

Pedindo ao Senhor sempre que se lhe abram os olhos ao anjo

Para que veja do bom que sobrou

Que há um minúsculo ser humilde em mim

Fazendo na areia de hoje a maquete de quiçá uma grande mansão um dia

Servindo-lhe assim

Sem nada pretender, sem nada querer

Sem nada mais que seu bem estar querer ver

Juro dar-lhe de volta o que já teve e infinitamente mais

Mesmo que, no principio, seja de areia

Mesmo que ao anjo assuste a audácia e o pé nas nuvens

Mesmo que ele não queira

Mesmo que seja feia

Mas feita com o coração, para reparar os danos

Que sangraram o seu coração.

Que sangraram o teu coração

Ó anjo da minha inspiração.

II - Seguindo a vida

Sob os escombros de uma mansão caída onde o anjo vivia feliz um dia

Por entre cacos de uma sólida relação

Um castelo de areia ergui,

Sem nenhuma preocupação;

Terminado o castelo sorri; diante de maviosa criação

Enganando meu coração, com um riso

Na esperança ambiciosa de um castelo possuir

Na areia de uma praia cercada onde um dia houvera uma mansão

Agora ciente do meu erro, apego-me a convicção

No “batei e abrir-se-vos-á” no “pedi e dar-se-vos-á”

Nova história começar proponho

Por desconhecer um passado que ignoro

Minhas fantasias, ventanias

Perigosas ao castelo de areia

Ecos de uma eloqüência amordaçada provocada por um amor avassalador

Sustentam as pilastras de um castelo frágil como a flor

De um castelo mais frágil que uma frágil flor

28/06/2006 23:59

Addendum: Maldito! Que tua língua apodreça dentro de tua boca

e que teu cérebro se esvaia deixando tua cabeça oca

E assim se materialize o ódio, maduro fruto

que de amor prematuro de efêmero episódio

tornou a tudo quanto puseste a mão em luto. (01/11/2011)

Cadu Daris
Enviado por Cadu Daris em 01/11/2011
Código do texto: T3311565
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