DILUO-ME
Maria Tomasia
Diluo-me no tempo,
porque nada sou.
Basta um sopro forte do vento
para que pedaços de mim se esvaiam.
A fumaça que sai do toco da vela,
aos poucos, leva o que um dia fui,
diluindo-me tal qual pedra de gelo.
Sonhos já não possuo
Ilusões ficaram para trás.
Não sou ninguém, nem fracassos tenho.
Esperanças já não existem.
Nada mais desejo da vida,
porque aqui não encontro guarida.
Quem sabe se já fui alguém?
Acho que, por todo o tempo,
nada fui e sequer vivi
- e agora vejo meu fim.
RJ 27/08/11