Catarse de um momento frustrante
Assim que despontou o claro raio de luz
fui açoitada por um forte espasmo gelado
ali restei por breve longo tempo de enfado
que teimava em se estender, me testar.
E neste raio fulgurante esperei meu momento
estomago espremido, coração palpitando
o tempo passando e a luz ali, estática restando.
Desgraçada ilusão de ótica, inútil espera.
Tentando me acalmar procurei outros prados
sorvi o mar, a lua azul, todos os meus eus
revolvi dentro de mim aflita invocando Deus.
urgia que eu a arrancasse brutalmente.
Desse frenesi confuso retornei àquele lume
inevitável se fazia crer que era minha augura
mas qual nada! Uma densa nuvem escura
carregada, pesada; esmagadora de sonhos
lá estava mostrando o vazio que não queria ver.
o torpor, a falta de tudo e a falta do nada, ausência.
Pasma e atônita vislumbrei a inevitável evidência:
o momento que de máscara me vesti por pura ilusão.
Vera Sarres