Que Parem de Me Bater
Desde o dia em que nasci,
Nem sei por que vivo apanhando.
Pois quando aqui cheguei...
Umas palmadas me deram.
O motivo eu não sei,
Pois nunca me disseram.
Eu era pequeno e frágil
E mal acabara de chegar.
Assim mesmo me bateram;
Ali, havia olhos olhando,
Mas não me socorreram.
Mamãe estava deitada,
E papai na sala ao lado.
Eles me ouviram chorar,
Mas permaneceram parados:
Não vieram me pegar,
Pois estavam emocionados.
Desde então vivo apanhando,
Mas, não são mais simples palmadas,
Não me dizem por que me batem,
E me batem com as mãos fechadas.
Oh! Meu Deus por que será?
Por favor, venha me dizer:
Por que uns nascem pra apanhar
E outros nascem pra bater?
Para apanhar eu me incluo nessa,
Porém, jamais vou entender:
Oh! Senhor venha depressa
E me leve com você,
Ou então diga a esse povo
Que parem de me bater!..