AOS POBRES QUE NÃO TEM DIA DE PAIXÃO

Há para aí tanta gente com necessidades,

sem ter o que comer sem ter onde dormir,

fazendo de sua casa, as enormes cidades,

olhos imensos e vermelhos de tanto carpir.

Vivem na essência de esmolas e caridade,

da boa vontade alheia, estendendo a mão

a quem passa apressado, sem identidade,

julgam-nos inoportunamente sem coração.

Eles sabem bem o que é viver do interesse

dos outros, que os repudiam como bichos,

e os têm de má fé no intenso desinteresse

pelo que dizem as Bíblias: vivem em nichos.

Muitos trabalham, apanhando a vil escória,

umas míseras moedas para enganar a fome,

e agora que se fala em Paixão, sua história,

é andarem neste mundo sem ter nem nome.

Jorge Humberto

24/04/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/04/2011
Código do texto: T2927673
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