CIDADE DE HOMENS

Ó grande cidade. Capital dos meus sonhos.

Mesmo com tanta opulência e homens em ti.

Homens ainda mais miseráveis dos que vi

Pequena cidade, grande cidade. Estranhos...

Mundos dos quais possuía e encontrei aqui

As batalhas... Cidade grande... Os sonhos eu vivi

Pequena cidade, grande cidade. Horrores...

Diplomacia de senhores lisonjeados

Numa mistura de maus odores disfarçados

Ditadura sutil em disfarçada democracia anil

Inversão de valores comprados por preço vil

Cidadania como a escura noite

Onde o povo contrata o próprio açoite.

Em tempos que se vão escolhiam para nós

Hoje a escolha mudou de mão.

Escolhemos o próprio algoz

Neste imenso quebra-cabeça...

Milhões de peças trocadas!

Sinto-me uma peça que se perdeu

Mas que ainda busca

Sem saber que em minha cidade interior...

Há um universo de escadas!

Este abriga um mundo que dorme o sono de um país

Tão deserto que ignora seus Estados e se contradiz

Descubro mundos dos quais possuía, mas não os vivia

Pois nas luzes da cidade grande eu próprio me iludia

Cidade que concebe a própria verdade como pequena

Sua vontade em ti se ofusca e torna serena

Considera seu mundo entre os mais disformes

Em ti oculto o meu próprio universo

Buscando o externo encontro apenas o inverso

Pequena grande cidade. Uniformes...

Que oculta-me a cidade dos sonhos

E deixa à mostra uma cidade de homens

Christian Lima
Enviado por Christian Lima em 29/03/2011
Reeditado em 29/03/2011
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