O QUE RESTOU DE MIM?

Entreguei-me e não saciei

Vontade ardente de querer mais

E todo sentimento entreguei

Para somente ter teus "ais"

De toda culpa minha destruí

Para em troca teu doce amor receber

Em teus ásperos espinhos me feri

Martírio meu para entorpecer

E da mais pura loucura provei

Da concentrada insania me perdi

E de ti doses de frialdade recebi

Tuas ferozes punhaladas levei

Do teu corpo apenas em ossos toquei

Sem sentir o gosto da carne ardente

Em vã luxúria destruí-me e pequei

Tomando uma taça de teu veneno de serpente

E por puro desgosto adormecia

lembrando da agonia sem fim

Perguntando por que por ti vivia

E lamentando: O que restou de mim?

Tales S. Pereira

Tales D Millethus
Enviado por Tales D Millethus em 13/03/2011
Código do texto: T2844805
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