Alguém que realmente valesse

Não que não houvesse outro tempo

em que eu acreditava mais nas alegrias,

e muito pouco fosse o que sobrasse da tristeza,

senão a incerteza de que um dia,

tudo, sem mais nem menos,

simplesmente terminasse...

Não que não houvesse outro espaço

onde os cantos eram encantados por presenças,

e todas as festas dos sentimentos continuassem,

como se a vida fosse uma eterna fantasia,

era isso o que havia, sem que a luz se apagasse.

Não que não houvesse um outro amor,

que correspondesse aos meus íntimos desejos,

talhado cuidadosamente, feito de expectativas...

não que não houvessem alternativas,

não que eu não merecesse.

Mas agora, se eu esquecesse

e pudesse levar minha vida adiante,

não que eu fosse esse novo habitante

a descobrir-me no repente do vão do mundo;

mas sim, eu saberia que a verdade que resiste no fundo,

e busca para minha história o conteúdo,

seria o que há, aquilo o que mais preciso,

um abraço amigo e um sorriso,

e alguém que realmente me valesse...

GUSTAVO PATERNOSTER
Enviado por GUSTAVO PATERNOSTER em 13/03/2011
Reeditado em 05/08/2018
Código do texto: T2844593
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