Incertezas concretas feitas de feno

Noites negras estreladas.

Dias azuis ensolarados.

Sonhos que se tornaram pesadelos,

Dores que se transformaram em traumas,

As cicatrizes se abriram,

A solução desapareceu.

O que os olhos viam

Já não podem ver mais.

Mãos que tocam no travesseiro,

Procurando alguém para abraçar.

A solidão não é tão grata quanto parece,

O amor às vezes não nos reconhece.

Uma única prece,

O desespero destruindo o coração.

A turbulência enegrecendo as pupilas,

O cansaço tomando conta do corpo.

Já é hora de descansar,

Mas a mente não permite a paz.

A parede mofada ainda é a mesma,

A dúvida da morte ainda domina a alma.

O visitante noturno vem sem ser convidado,

Vai se alastrando por todo o corpo

E trazendo aquele sono

Que era pra ser tranquilo.

Os olhos finalmente se fecham de vez,

A mente é derrotada,

Reina o cansaço.

Mas nada impedirá um sono turbulento.

O sono que traz à memória

Aquilo que tentou ser esquecido,

Mas não foi (apagado).

Noites iguais.Sonhos ofuscados.Vida contrita.

(19-01-11)

Anita Ferraz
Enviado por Anita Ferraz em 19/02/2011
Código do texto: T2801917
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