Desilusão (II)
Sou um adventício, sou a incerteza,
Meu mundo não tem brilho, nem cor,
Propagam que sou produto do amor,
Sinto-me um fragmento da natureza.
Aprendi que fui feito à imagem do Criador,
Sou apenas o simulacro dessa grandeza,
Sinto-me no meu caminhar sem a certeza
De que realmente sou imagem do amor.
Sou o personificar da contradição,
Admiro a visão sutil de um esteta,
Embora tenha um coração de poeta,
Nada mais sou do que uma ilusão...
Revelado, nos tons da minha emoção,
O perfil da minha confusa realidade,
Perde-se nos conflitos da verdade,
É uma vida confusa, de contradição.
Sou um forasteiro, sinto-me dividido
Nas sendas dos enigmas do meu viver,
Embora o contrário possa parecer,
Como poeta, sinto-me perdido
Tarcísio Ribeiro Costa