Desilusão (II)

Sou um adventício, sou a incerteza,

Meu mundo não tem brilho, nem cor,

Propagam que sou produto do amor,

Sinto-me um fragmento da natureza.

Aprendi que fui feito à imagem do Criador,

Sou apenas o simulacro dessa grandeza,

Sinto-me no meu caminhar sem a certeza

De que realmente sou imagem do amor.

Sou o personificar da contradição,

Admiro a visão sutil de um esteta,

Embora tenha um coração de poeta,

Nada mais sou do que uma ilusão...

Revelado, nos tons da minha emoção,

O perfil da minha confusa realidade,

Perde-se nos conflitos da verdade,

É uma vida confusa, de contradição.

Sou um forasteiro, sinto-me dividido

Nas sendas dos enigmas do meu viver,

Embora o contrário possa parecer,

Como poeta, sinto-me perdido

Tarcísio Ribeiro Costa

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 16/01/2011
Código do texto: T2732306