}}} O INFERNO DE (NUNCA) DANTES {{{
Aqui o vento não pronuncia teu cheiro de flor.
Minha língua não deseja teu gosto,
não careço em teu peito fazer repouso,
nem sou da solidão refém na sua ausência.
Aqui a chuva tem sabor de pranto,
meu gozo não traz o prazer teu.
Minhas flores têm tons mórbidos, inexpressivos.
O saber parece-me tão tolo, o vulgar ganancioso,
E a existência pífia.
Risos? Para que?
Neste labirinto sem perspectivas de te encontrar,
sorrir é profanar o sofrido, o esquecido pelo amar.
Mas, sossegar-te e não espante!
Isto é só uma fase, feito as divisões lunares.
Às vezes nosso amar profana os céus e outros lugares.
E a vivência do amor é reticente,
quando não dedica-se o carinho,
conduz a alma ao inferno nunca dantes imaginável!