Minimamente vivo
Alguém me perguntou
Por quê?
Respondi
É melhor matar a vida
antes que ela me enterre
Descobri que não tenho ninguém
e sou refém da esperança.
Para que continuar em meio a
tristeza salpicada de felicidade?
Isto é iludir-se e todos o fazem
Esta época é boa para os maus
me nego a isto; dissimular,
fingir, enganar, mentir.
Mas preso estou e
me descobri só,
feliz de mim.
Se não me basto saio a observar o
Humano em sangria.
Enquanto escrevo as mazelas
que presencio, vivo o tempo
também me consome
minha carne apodrece como
a de todos os seres
Estou cego
em um mundo
sem tato
ou sons a orientar
Apenas barulhos indistinguíveis
e o cheiro de rato putrefato e lixo
A vida corre
faceira, marota, obediente.
(!) A espera de meu caixão
bordo (alt) minha mortalha
e escrevo meu epitáfio
Gosto do vento e da brisa,
da chuva e do frio.
Mas o que me aquece o
coração é o sopro da
Morte trazendo o número
da minha paz. e como preciso!
O tempo para, e da minha
alma cansada serão retirados os vermes
da minha angústia
Limpo, encontrarei meu quarto e
dançarei feliz