Minimamente vivo

Alguém me perguntou

Por quê?

Respondi

É melhor matar a vida

antes que ela me enterre

Descobri que não tenho ninguém

e sou refém da esperança.

Para que continuar em meio a

tristeza salpicada de felicidade?

Isto é iludir-se e todos o fazem

Esta época é boa para os maus

me nego a isto; dissimular,

fingir, enganar, mentir.

Mas preso estou e

me descobri só,

feliz de mim.

Se não me basto saio a observar o

Humano em sangria.

Enquanto escrevo as mazelas

que presencio, vivo o tempo

também me consome

minha carne apodrece como

a de todos os seres

Estou cego

em um mundo

sem tato

ou sons a orientar

Apenas barulhos indistinguíveis

e o cheiro de rato putrefato e lixo

A vida corre

faceira, marota, obediente.

(!) A espera de meu caixão

bordo (alt) minha mortalha

e escrevo meu epitáfio

Gosto do vento e da brisa,

da chuva e do frio.

Mas o que me aquece o

coração é o sopro da

Morte trazendo o número

da minha paz. e como preciso!

O tempo para, e da minha

alma cansada serão retirados os vermes

da minha angústia

Limpo, encontrarei meu quarto e

dançarei feliz

Elias F Mourão
Enviado por Elias F Mourão em 29/12/2010
Reeditado em 04/01/2011
Código do texto: T2697284
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