Ambigüidade

Dúvida voraz que blasfema e grita

Onde em mim, plena e perpétua, habita

Consome essa alma de poeta, tão descontente

Escondendo de mim a visionária ardente

Ela cresce exasperada e insaciável

Nada satisfaz essa angústia indomável

E tendo eu alma de poeta, tão descontente

Tento saciá-la, mas, ela cresce fremente

Questiona meus sentidos e minhas visões

Pobre de mim! Sequer entendo minhas aflições

Ah! Alma de poeta, alma jamais contente!

Ingere indagações e as alimenta constantemente

É sempre um sino que aqui dentro ressoa

Fluído retido e que em lágrimas escoa

Alma iludida... Ilusão fugitiva

Escraviza-me e depois se esquiva

Ah! Alma de poeta, alma jamais contente!

Vive nessa luta constante ousadamente

Quem me dera fosse, a esperança

Um bem que tarda e afinal se alcança

Baronesa de Santa Cruz
Enviado por Baronesa de Santa Cruz em 09/12/2010
Reeditado em 03/06/2012
Código do texto: T2661358
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