A LUA CIUMENTA

Chora a noite solitária,

verte lágrimas copiosas,

inundam todas ansiosas

a matina arbitrária.

Rutilam meninas estrelas,

dançam na sua vastidão,

uma ciranda a arrmetê-las

por toda esta dimensão.

Com os olhos tão pesados,

pálpebras arrastam banhadas,

invandem os sonhos fechados

com as estrelas alinhadas.

A noite vai desamparada

horas a fio na madrugada,

sofre e chora na escuridão

pela perda de uma paixão.

Pobre noite, agora sem teto,

sem os céus para lhe amparar,

abortada, injustiçada como um feto,

sem a lua para amar!

A noite sofre o ciúme da lua,

que lhe retira o seu fulgor

apagada, vai única pela rua,

vestida só com seu amor.

Mas o que é a noite sem luar?

É o poeta sem inspiração,

é o anjo sem asas para voar,

ou a melodia sem emoção.

Retira-se a lua em seu vazio,

vira as costas para o seu amor,

que digo: não te repudio,

nem vou desistir do teu fulgor.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/12/2010
Reeditado em 05/12/2010
Código do texto: T2654349
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