Escracho...

Aos brados dou um basta pro tudo certo
Digo não mais, para tantas convenções...
Pronunciarei mal o verbo, que decerto! 
rasgando ao meio as interrogações...

Mergulhando nas lacunas  dos sonhos
Nado costas nado peito na imaginação
Confesso boiando aos versos risonhos
Ser eu um grafitinho do insano coração!

Que palpita com a mais ínfima fantasia
Irrigando de magia o muito que escrevo
O papiro a mim sorri duma tola poesia
Quisera ser analfabeto pautando enlevo.

Hoje, somente hoje abro as comportas
De minhas águas represadas nos adágios
Deixo fluir a realidade nas linhas tortas
Quebrando silencio invertendo presságios.

Sigo nadando tantas quantas modalidades
Competindo lado a lado com meu ser Poeta
Que se diz sábio, quando abraça saudades
Afagando a alma desta que se diz, profeta!

Desfragmentando os idos nos recônditos
Da mente onde habitam prelúdios tão belos
Dons plasmados nas penas dos benditos
Tentando imergir afanando ar dos alvéolos.

Incito o limite nadando a busca da margem 
repousando na expiração, os verbos e virgulas
respirando rimas que se atrevem nessa viagem
eu quis deixá-los, pois se vim, irei sem máculas!


Dizendo ao poema, que componho o melhor de mim
E deitado nas gramas do lúdico, embalados a lira
Descambaremos pelos advérbios segredados ao fim
Sôfrega, por não saber traçar o que inspiração pedira...
Um ESCRACHO!

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
15/10/2006 

Leitura recomendada: RECORDAÇÃO , entre linhas TU-as Palavras + Francisco coimbra
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 15/10/2006
Reeditado em 11/08/2008
Código do texto: T265142