DA VIDA QUE SUPLICA POR LIBERDADE

Da vida que suplica por liberdade,

ser livre para ir e vir e voltar de fato

nesta tão maravilhosa cidade,

morre o cão, o gato e o pobre do rato.

O dedo leve e suave da autoridade,

a mão que alisa a cabeça da maldade,

depois de contraida esta doença

o remediar é um crime que não compensa.

Quem é mesmo o vil criminoso?

Quem cheira ou quem vende o pó?

O que retem o direito do pobre,

ou o que mata o seu filho sem dó?

Ambos fazem parte da mesma platéia,

aplaudem o mesmo show no palco,

são membros de uma mesma odisséia,

é tudo, no final, um assalto.

Todos eles são uns assassinos,

que se safam através das leis,

esses loucos, cabeças de meninos,

que se intitualam os nossos reis.

Mas que dizer de um mundo sem lei,

de uma guerra contra o seu próprio braço?

Coisas que na vida nunca imaginei,

é ver a confiança num país ir para o espaço.

Tudo cai e recai em esquecimento

hoje o que põe-se em ordem

esvai-se e vai com o vento.

É o povo passivo, é povo do sofrimento.

O bandido no ônibus o fogo ateia,

o cidadão, na greve, é também incendiário,

ironia de um país que o mal permeia

não encontrei palavra para isso no dicionário.

A esperança é a última que morre,

muitos já morreram e antes dela muitos morrerão,

essa esperança que para o bem nunca corre

não espero por ela aqui no meu coração.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 27/11/2010
Reeditado em 28/11/2010
Código do texto: T2639142
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