"Circo da Vida"

No circo da vida, sem o rosto pintado,

Sem roupas coloridas, nem vestido de palhaço,

Vai o Zé Marmiteiro com o dinheiro contado,

Ver se o dia é de sorte ou mais um fracasso,

Pra trabalhar na construção no anúncio estampado

naquele jornal encontrado na rua por acaso.

Toma o trem da Central, às seis da matina,

Em sua marmita: ôvo frito, arroz e feijão,

Tudo que sobrou do dia anterior, dura sina,

Que Zé tem que enfrentar na busca pelo pão,

Desde que perdera o que mais sabia na vida...

No picadeiro do circo, vender risos e ilusão.

Assim Zé Marmiteiro, leva à vida muito triste,

Perdeu a esperança de um dia poder voltar...

A fazer a alegria no circo, que não mais existe

Em toda sua existencia só aprendeu a atuar,

embaixo da velha lona do circo que perdeu lugar

Ao modernismo de agora e começou a se afundar.

Estórias de palhaços sem circo para encenar,

Fazem como o Zé Marmiteiro, que busca poder achar,

Pelo menos um trabalho, que possa pra casa levar,

A comida que Maria dá aos filhos pra alimentar,

Nesta busca diária deste artista que vive a lutar...

São muitos Zé's Marmiteiro's no circo da vida a chorar.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 11/10/2006
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