"Circo da Vida"
No circo da vida, sem o rosto pintado,
Sem roupas coloridas, nem vestido de palhaço,
Vai o Zé Marmiteiro com o dinheiro contado,
Ver se o dia é de sorte ou mais um fracasso,
Pra trabalhar na construção no anúncio estampado
naquele jornal encontrado na rua por acaso.
Toma o trem da Central, às seis da matina,
Em sua marmita: ôvo frito, arroz e feijão,
Tudo que sobrou do dia anterior, dura sina,
Que Zé tem que enfrentar na busca pelo pão,
Desde que perdera o que mais sabia na vida...
No picadeiro do circo, vender risos e ilusão.
Assim Zé Marmiteiro, leva à vida muito triste,
Perdeu a esperança de um dia poder voltar...
A fazer a alegria no circo, que não mais existe
Em toda sua existencia só aprendeu a atuar,
embaixo da velha lona do circo que perdeu lugar
Ao modernismo de agora e começou a se afundar.
Estórias de palhaços sem circo para encenar,
Fazem como o Zé Marmiteiro, que busca poder achar,
Pelo menos um trabalho, que possa pra casa levar,
A comida que Maria dá aos filhos pra alimentar,
Nesta busca diária deste artista que vive a lutar...
São muitos Zé's Marmiteiro's no circo da vida a chorar.