POEMA LAVADEIRA
Retirei teu suor com sabão,
Água corrente e sol.
De sal uma aluvião no lençol
Amarelo-vermelho.
Como sabê-lo? Cabelo!
Ainda estava quente de inverno
A manga da blusa verde que destes em braço.
Vi que derramastes o pacto no pano de prato.
Sua baba dormida enfronhada
Por vez solitária, por vezes amada,
Ressecada solvi.
Pó de arroz, maquiagem... na camisa.
Pó de feijão na toalha da pequena mesa;
Hora do almoço é missa.
No vinco sabido da colcha florida
Chapa aquecida
Alinhou a estampa encardida.
Bermudas das tardes amigas
Desnudas se estava uma saia despida;
No total tantas peças, um só ato,
Hiato dos dias
No rol das roupas que vieram
Da lavanderia.
Publicado em Cadernos Negros 27
Quilombhoje, São Paulo - 2004 Página 101
Retirei teu suor com sabão,
Água corrente e sol.
De sal uma aluvião no lençol
Amarelo-vermelho.
Como sabê-lo? Cabelo!
Ainda estava quente de inverno
A manga da blusa verde que destes em braço.
Vi que derramastes o pacto no pano de prato.
Sua baba dormida enfronhada
Por vez solitária, por vezes amada,
Ressecada solvi.
Pó de arroz, maquiagem... na camisa.
Pó de feijão na toalha da pequena mesa;
Hora do almoço é missa.
No vinco sabido da colcha florida
Chapa aquecida
Alinhou a estampa encardida.
Bermudas das tardes amigas
Desnudas se estava uma saia despida;
No total tantas peças, um só ato,
Hiato dos dias
No rol das roupas que vieram
Da lavanderia.
Publicado em Cadernos Negros 27
Quilombhoje, São Paulo - 2004 Página 101