Este Poeta Quer Dormir...

Este poeta quer dormir

Por muitas vezes desejou algo diferente

Desejou, no momento da Morte, sorrir

Afinal, o fim o é inerente...

Ah, este poeta quer dormir!

Este poeta deseja entregar-se aos braços de Morfeu

Pois a Morte é escapismo popular

“Olvidado, só os vermes farão uso de corpo meu”

Dormindo, este poeta poderá sonhar

Este poeta deseja entregar-se aos braços de Morfeu...

Este poeta deseja sonhos mais amigos

Sonha acordado, vive na inércia

Devaneia, recordando ensejos deveras antigos

Verdadeiros pespegos repletos de solércia...

Este poeta deseja sonhos mais amigos!

Este poeta abdica, então, de ficar acordado

Ainda que o dileto Sono o remeta à Morte

Entretanto, não resigna suas dúvidas, é atormentado:

"Fadar-me-ei a remoques? O que a mim designaria a Sorte?"

Este poeta abdica, preocupado, de ficar acordado...

Espectro Abissal
Enviado por Espectro Abissal em 30/09/2006
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T253215
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