De repente eu falei do tempo
Mesmo assim eu fui à luta
Pra saber o tamanho dos gigantes
Se são maiores que meus sonhos
Eu andei na areia molhada
Pelas ondas que vieram de olhos de uma multidão de infelizes
As ruas têm um cheiro amargo
De poemas insanos
Eu cruzei os braços e me vi no espelho
Tão pequeno e inerte
O tempo passou correndo por mim
Levou-me a carteira
E os versos válidos
A fila está tão grande
E eu esperei o último chegar
Olhando os erros de todos
E cometendo os meus sem ninguém ver
A música que ouço agora falou em armas químicas
Onde mora a sensatez?
Não estou ficando louco
Mas falo coisas sem sentido
Que ninguém além de mim entende
A revista velha na estante não me parece tão velha como eu
O tempo é inimigo da gente
E não adianta correr
Porque ele é fugaz e feroz
E vem com surpresa devorar o mundo
Palavras, palavras
Não fazem sentindo se ninguém as entende