De repente eu falei do tempo

Mesmo assim eu fui à luta

Pra saber o tamanho dos gigantes

Se são maiores que meus sonhos

Eu andei na areia molhada

Pelas ondas que vieram de olhos de uma multidão de infelizes

As ruas têm um cheiro amargo

De poemas insanos

Eu cruzei os braços e me vi no espelho

Tão pequeno e inerte

O tempo passou correndo por mim

Levou-me a carteira

E os versos válidos

A fila está tão grande

E eu esperei o último chegar

Olhando os erros de todos

E cometendo os meus sem ninguém ver

A música que ouço agora falou em armas químicas

Onde mora a sensatez?

Não estou ficando louco

Mas falo coisas sem sentido

Que ninguém além de mim entende

A revista velha na estante não me parece tão velha como eu

O tempo é inimigo da gente

E não adianta correr

Porque ele é fugaz e feroz

E vem com surpresa devorar o mundo

Palavras, palavras

Não fazem sentindo se ninguém as entende

Harry Xavier
Enviado por Harry Xavier em 08/09/2010
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