Amor que não foi

Eu vim embora

E nem disse adeus

Pensava que era só um tchau

Ficou o sal do mar em que nos banhamos mil vezes em minha pele

Na minha boca, em meus cabelos

Suas mãos não queriam mais me tocar... Enlouqueci...

Sentada na areia eu gritava por dentro: - Onde está o desejo?

Mas era tarde demais, ele tinha ido embora...

E eu também...

Não chorei, nem me despedi

Apenas disse: - Até logo!

Hoje, és amigo, apenas

Nada restou do traço do amor que tivemos

Ficou o amargo da falta do desejo

Que eu nutria por ti e tu nunca me deste

Meu corpo fremente de desejo nas noites solitárias

Teu modo de amar apenas e simples horas solidárias

Meu beijo, uma sede desértica no afã de me afogar

Teu beijo, um toque despercebido em meus lábios, sem graça, sem compromisso

Meu toque, volúpia de doido, uma loba defendendo sua cria

Teu toque, um dedilhar sem música, sem notas, sem melodia

Meu sorriso amargou

Meu dia, o sol se pôs, se fez noite

Minha noite sem estrelas

Meu sol sem calor

Minha vida sem sentido

Vidas sem rumo...

Eu caminhando na areia sem direção

Minhas pegadas não deixaram marcas

Meu amor ficou sem razão

Eu te deixei...

Num dia que deveria ser de sol, mas era de chuva

No lugar em que mais amei

E não fui amada

Meu sorriso sem graça...

Minhas mãos buscando a quem acariciar

E hoje, amigo apenas que és

Deixou apenas o sal do mar em que nos banhamos mil vezes...

E deixamos de nos amar...

JANA CRAVO
Enviado por JANA CRAVO em 12/07/2010
Código do texto: T2373426
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.