Do Abismo
Do abismo eu os ouço
Ah sim consigo ouvir seus fuzileiros
Todos fazendo soar o Grito
Que me atordoa os ouvidos
Consigo sentir o cheiro de podridão
Que circunda todas essas paredes
Cheiro de sangue sendo jorrado
Dor e ódio fazem uma grande composição
É preciso mais de uma vontade
Mais do que um gole para entender
Que afinal tudo o que você pensa
Não passa de uma mentira
O cérebro continua funcionando
A raiva se torna viva
Viva!
O animal aniquila
Marca território
Esconde os olhos
Arreganha os dentes
Em um mutilado sorriso
Cai-se nas sombras
Eternas e aparentemente douradas
Tudo novamente não passa de mais uma ilusão
Mas quem se importa?
Nesse recanto morre toda decência
Me rasgo, provoco a mutilação
Apenas e apenas por pura
Diversão
Amargurado? Porque afinal?
Que se danem as questões
Lá no fundo há apenas o Grito
E quem não grita não alcança
Morte, morte
Porque se esconde?
Vida, vida
Porque me atordoa?
O abismo é apenas conseqüência
Sempre esteve ali
Mas é nos extremos que se apresenta
E é nele que desvendamos
Nossa própria natureza...