Do Abismo

Do abismo eu os ouço

Ah sim consigo ouvir seus fuzileiros

Todos fazendo soar o Grito

Que me atordoa os ouvidos

Consigo sentir o cheiro de podridão

Que circunda todas essas paredes

Cheiro de sangue sendo jorrado

Dor e ódio fazem uma grande composição

É preciso mais de uma vontade

Mais do que um gole para entender

Que afinal tudo o que você pensa

Não passa de uma mentira

O cérebro continua funcionando

A raiva se torna viva

Viva!

O animal aniquila

Marca território

Esconde os olhos

Arreganha os dentes

Em um mutilado sorriso

Cai-se nas sombras

Eternas e aparentemente douradas

Tudo novamente não passa de mais uma ilusão

Mas quem se importa?

Nesse recanto morre toda decência

Me rasgo, provoco a mutilação

Apenas e apenas por pura

Diversão

Amargurado? Porque afinal?

Que se danem as questões

Lá no fundo há apenas o Grito

E quem não grita não alcança

Morte, morte

Porque se esconde?

Vida, vida

Porque me atordoa?

O abismo é apenas conseqüência

Sempre esteve ali

Mas é nos extremos que se apresenta

E é nele que desvendamos

Nossa própria natureza...

Vams
Enviado por Vams em 28/06/2010
Reeditado em 28/06/2010
Código do texto: T2345340
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