QUANDO O AMOR SE VAI
O amor se foi
E nada mais restou
De mim, de você, de nós
Apenas nós na garganta
E tanta mágoa e saudade
Daquilo tudo que era e se findou
Do amor que era tamanho
Não sobrou nenhuma parte
Nem um desejo tacanho
Ou um relance de olhar
Que revele, ainda, o quanto arde
O afago na mão
Foi-se como o vento
Como a chuva, num só lamento
Enxurrada da alma
Deixando poças e sofrimento
Um rastro de destruição
Muitas feridas e mortes
Nos sentimentos que, agora, vivem sós
Quando o amor se vai
Fica um vazio, um frio, um arrepio
E nada pode preencher, aconchegar e atenuar
Esta solidão que invade as madrugadas
Mesmo os dias estão sem companhia
Toda a multidão está calada
Ninguém fala mais nada
Sem sua voz tudo é silêncio
Fico abandonada
Já não tenho poesia
Agora escrevo apenas desabafos
Antes minha alma ardia
Para derramar palavras e afagos...