Saudade de um mundo bom

Ai, que saudade do teu abraço inebriante

Ele nem parecia tão necessário assim

Necessário mesmo, era o sorriso estonteante

Que só dei falta quando chegou ao fim.

Se você ainda existisse em si próprio

Eu poderia lamentar a distância do agora

Suas virtudes foram jogadas no ócio

E permanecem inertes, a cada aurora

O ser humano, acha mais útil involuir

Então, caminhemos todos para o mesmo abismo

Comunhão, hoje é utopia; não dá pra mentir

E pra poupar os animais, culpam o capitalismo.

Ai, que saudade da visão da criança

Que se recusava a viver um pesadelo

E ainda que em forma de apelo

Achava em tudo uma esperança.