Sangra coração...

Punhais, com  dedos arrancas o coração
partindo ao meio, dilacerando veias
sangrando músculo, carpi a desilusão
mãos imundas ,sangra sugas e farreias...

Tinge o mar de queixumes te sinto,
Tremer na alma como fosse vivo!
Arfas tremula e ressoas ao infinito
avejão, por que teu operar aflitivo?

Nas ondas nadam tantos lamentos,
derivando a dor, procela a tormenta.
São saudades de seus negros olhos,
gotejar que pica , vivencia afugenta.

Flanou, voaste longe em pensamentos
levou contigo o coração sangrando
entre seus dedos.  Pingam excrementos
do passado cicatrizes , segues amando...

A duras penas consolou-me o vento
trouxe-me afago em versos lânguidos
acalentou-me aragem soprando intento
de ver-te um dia, lagrimar perdidos...

Gritando ao vento misericórdia! A pedir
que passe o tempo. Que te segue os olhos
pra que não veja meu peito aberto ruir
ao ver-te na volta, envolto em refolhos.

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
28/7/2006


Recomendo leitura do texto "Acarinhando um Gesto" , inspirado no comentário do  poeta  
Tony Guedes
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 28/07/2006
Reeditado em 30/07/2006
Código do texto: T204064