No que permito
Está no que permito, e não no que fazem,
os motivos de todas as contrariedades.
É quando não tenho o domínio sobre as ações,
quando abro mão de meu querer, de minhas razões,
é nesse exato momento que degusto
do gosto amargo de tantas inverdades.
Subestimados sentimentos, a perda da confiança,
dissimuladas presenças, espera que sempre cansa,
o vazio em todas as vezes que nenhuma luz orienta,
a falta de fé no que tenho, a força que não sustenta
e essa certeza absurda de que nada irá vingar,
vendo tudo o que ainda existe pouco a pouco acabar...