A CANTATA DA BAVIERA

No grande palco de Munique se encontraram,

num estádio repleto de milhares de fãs,

duas fortes equipas que entre si travaram

um prélio decisivo e muito contumaz.

Os Lusos e os Gauleses evoluíram bem

colocando na relva todos os talentos:

os Gauleses num ritmo inferior a cem,

os Lusos mais afoitos mas sem nutrimentos.

Trocaram mimos no seu banco os generais

denunciando os excessos do juiz comum

mas na balança os pratos eram bem iguais

que a todos ele mesmo tratava um a um.

Contudo há dias em que a sorte não nos quer

diz todo o povo, pelos vistos com paixão,

pois cai a nódoa em rico homem ou mulher

se o mal nos acontece com ou sem razão.

Foi desta forma que Carvalho claudicou

fazendo falta na área da proibição

e se nesta campanha alguém s’ agigantou

foi ele, por isso mesmo não o culpemos, não.

Assim o bom Ricardo teve de gramar

que o Zizou assumisse um tal de ruim papel

violando as suas redes para lhe marcar

aquele agreste golo com sabor a fel.

Ó triste sina, ó rude condição ‘scutai

o que neste momento eu tenho p’ ra dizer:

não fora esta pena que ora sobressai

nós, Lusos, os Gauleses íamos vencer.

Todo o mundo observou até ao fim do jogo

qu’ o domínio foi bem maior do nosso lado

e assim o refrigério se mudou em fogo

chorando a tradição e lamentando o fado !

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 06/07/2006
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