Fragmentado instante...
Rastreando passos da ferrovia sem uso
envolto a ervas dum lôbrego andamento.
Silenciando o pranto na aflição do tempo,
gemendo mudo... A lobrigar em segundos,
quão rude e torpedo tropeço enraizado ao túmulo.
A garoar o sepulcro umedecendo arbítrio,
ao ler nas sulipas em fungos crescidos
nutridos na dor afamando desuso.
Que sou o meu mundo! Lágrimas
perfiladas que chegam anunciando o
comboio, nas sirenes sangradas,
de ventos outrem. Confins dormentes
a acordar acúleos soltos das travas envelhecidas ,
do carreiro. Aspirando orgulho respirando enfado
diligente . A mente, entre a estação que fui
calculando distancias, a somar herança.
Nas curvas dos gritos de retos delírios,
á água arilada, do afluente ingênuo,
inunda a velha estação, a perdida infância
não o antigo vagão. A buscar minhas arcas
entre farpas e teias e ervas daninhas,
em eras passadas. Descortinando a retentiva
na longa estrada, concentrando o olhar
no fragmentado instante, os detritos da locomotiva...
“ A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
21/6/2006