UM DIABO EM CADA GARRAFA

Sempre vagando... Querendo alguma direção encontrar

Buscar o que não se necessita sem ter o que precisar

Estas saídas burlescas sempre levam para um imundo vazio de um bar

Um diabo em cada garrafa e nada mais consegui encontrar

Escondo-me em delírios imaginado um anjo a me salvar

Um diabo em cada garrafa e tudo igual continuará.

Minha fisionomia já pesa no espelho a inércia me consome rapidamente

A degradação é só mais uma etapa antes do fim, sempre a mais veemente

Tão trivial é a sua ação que à alguns deixa mais eloqüentes

De beneplácito frívolo e inexorável apanha a todos com sua corrente pujante.

Sempre irei estar onde ninguém vai querer procurar

Um diabo em cada garrafa posto em um samovar

E lançado nas obscuridades de quimeras nada poderia me admoestar

Um diabo em cada garrafa antes de me consternar.

Sua munificência de nada vale onde suas utopias possam bailar

Opresso e taciturno em seu próprio habitar. Livresco tenta grasnar... estrebuchar...

Mas percebe que a solidão o sufoca e não há ninguém para notar

Um diabo em cada garrafa e nada mais conseguiu lhe amparar

Um companheiro macabro sempre sabe aonde você estar.

Edson Pirozzi
Enviado por Edson Pirozzi em 08/07/2009
Código do texto: T1689554
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