UM DIABO EM CADA GARRAFA
Sempre vagando... Querendo alguma direção encontrar
Buscar o que não se necessita sem ter o que precisar
Estas saídas burlescas sempre levam para um imundo vazio de um bar
Um diabo em cada garrafa e nada mais consegui encontrar
Escondo-me em delírios imaginado um anjo a me salvar
Um diabo em cada garrafa e tudo igual continuará.
Minha fisionomia já pesa no espelho a inércia me consome rapidamente
A degradação é só mais uma etapa antes do fim, sempre a mais veemente
Tão trivial é a sua ação que à alguns deixa mais eloqüentes
De beneplácito frívolo e inexorável apanha a todos com sua corrente pujante.
Sempre irei estar onde ninguém vai querer procurar
Um diabo em cada garrafa posto em um samovar
E lançado nas obscuridades de quimeras nada poderia me admoestar
Um diabo em cada garrafa antes de me consternar.
Sua munificência de nada vale onde suas utopias possam bailar
Opresso e taciturno em seu próprio habitar. Livresco tenta grasnar... estrebuchar...
Mas percebe que a solidão o sufoca e não há ninguém para notar
Um diabo em cada garrafa e nada mais conseguiu lhe amparar
Um companheiro macabro sempre sabe aonde você estar.