RESTOS

O que de mim se esquece,
decerto,  por mim foi esquecido.
E nos desvios que seguem os pensamentos,
quando a alma navega pelos tormentos,
para nada mais dou ouvido.
 
Em mim trago algumas dores,
porque dessas, muitas vezes, não me liberto.
E o que tive como certo,
um dia, também teria partido.
Num piscar de olhos, tudo foi vivido...
 
E o que passa não é o passado,
é o tempo diluído em imagens, falas e gestos.
Palavras que ficam, quando assimiladas,
esquecimento de lembranças apagadas,
pouco que me servem... restos.



MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 06/06/2009
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T1635256
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