A queda

Me lancei no precipício…

Só que no meio da queda percebi que estava caindo sozinha!

Despedaçei o peito no rochedo frio…frio sem vida, sem culpa, sem sentimento,sem remorso!

Frios como seus olhos fitando os meus…

Agora conto minha desdita…

Minha sina…Minha dor!

Quanta dor naquele momento…Quanta dor durante a queda!

Mas agora tenho a pungente e presente companhia da dor…

Ela não me deixa esquecer nem por um dia…Ela é fiel as minhas lembranças…

Ela chora comigo…

Ela zomba de mim…

E me faz companhia enquanto cato meu pedaços rochedo acima!

Subo o rochedo da minha vida…Me apoiando em saliências vacilantes!

As lembranças que a dor me traz tão solicita me força a olhar para baixo…

Sinto dores…Vertigens…Minhas lágrimas me puxam para baixo!

E ainda sentindo nos meus ossos o frio glacial que vem dos olhos teus…

Finalmente quando cheguei no topo…No ápice da dor!

Mas como se fosse Ícaro…Encontrei você!

Seus olhos não eram frios, como do causador da minha desdita!

Vertia o bálsamo…Todo o lenitivo da minha dor!

Você me deu suas assas…E nos jogamos juntos novamente no precipício!

Você me deu suas assas para que eu nunca mais sentisse medo ou dor!

Você me deu suas assas porque não tem medo de um dia cair sozinho…

Porque o amor é livre…Porque o amor têm assas!

Val Araújo
Enviado por Val Araújo em 09/05/2009
Reeditado em 10/05/2009
Código do texto: T1583841
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