DESILUDIDA
Eu sou a que desceu à vida, na madrugada!
Sou a que a Triste Mágoa, chamou de filha.
Num dia frio de novembro, quanta geada!
Fui acordar nos laranjais, duma distante Ilha.
Sou filha do Desamor e da Incerteza,
Querendo mostrar a sua Pequena Maravilha,
Com seu egoísmo só semearam tristeza,
E me abandonaram numa Estrada sem Trilha.
Mágoas e tristes ais, saem da minha boca
E não quero seguir as pisadas de ninguém,
Sinto-me Folha de Outono, em correria louca...
Quisera ser um Roseiral, no Jardim do Além,
Ser um vitral, uma musa... beijo da tua boca,
Quisera nascer novamente, duma outra mãe!
By
Anna D'Castro
(D.A.Reservados)
publicado no livro AQUELA VOZ