Patria madrasta
A cada momento que passa
Aumenta a decepção
Crianças dormindo na praça
Fazendo a cama no chão
Filhos da pátria madrasta
Netos do mundo cão
Se alimentando dos frutos
Ofertas da podridão
Seus corações já não batem
Na proporção de seus tempos
Bebês nascendo ao relento
Cordões cortados com faca
Futuro voltando aos primatas
Matando para não morrer
Nas noites o brilho da brasa
Clareia a rota no escuro
Jovens pulando muros
Se alimentando com o quê?
Fumaça pó e cachaça
Misturas de adrenalina
colondo com parafina
Até o sangue escorrer
Sem rosto no amanhecer
Destino sendo traçado
Morrendo sem nunca viver