Eu contra o pranto
Sem valor e sem sentido
palavras de graça, jogadas
Fizeram-me enlouquecer
tentando entender e aceitar
O amargo que sobe na garganta
maldita repulsa do espelho
Sentir-se poderoso e miserável
aos poucos se acabar por inteiro
E ver que sou feito de anseio e essência
que minhas glórias são troféus para os olhos
Que mulheres são movidas a elogios e desprezos
e tentando vou aprendendo a dosar desejos
Felicidade de ontem que hoje vale mais
dúvida de amanhã faz o peito sorrir
Quero abraçar o mundo sem bloqueios morais
arrancar gemidos, caçar suaves carinhos
Sou o que me tornei, sem almejar, sem merecer
deixei de me arrumar e vi um cerco crescer
De certo não via a luz por trás dos meus olhos
cresci sem me perceber na cidade ao redor