Vida a deriva
No alto do morro, favela
Socorro, preciso de vela!
A luz se apagou, a chuva caiu
Abril-se a janela,
o chão veio a baixo
O mar foi pro céu, o sol apagou-se
Nos cantos do mundo, o fundo chegou
Socorro meu pai!
Para onde se vai?
O infinito já vem
Vem de braços abertos
Cada vez mais desperto
o juízo final
O bem contra o mal, numa luta sem fim
O não virou sim
Inferno, jardim
Paraizo encantado
Perdão sem pecado
Vidas perdidas no acaso de alguem
Na dor de quem tem e não tem....
Sentimentos profundos
Vidas aos ventos
Vidas passadas
Vidas levadas
Beira do abismo
Caos do poder
Homens de vidro no transparecer
Nada mais eu escuto, o amor está oculto
E a paixão vai morrer
Socorro meu pai, me desculpe a franqueza
Mas a mãe natureza
Não tem mais seu poder.