Onde estão as pedras?

Onde estão as pedras com que construía meu palacete?

(Nada grande, nada suntuoso, apenas meu)

Onde foram parar enquanto eu dormia?

Agora não as tenho nem para atirar...

Pois não tenho alvo, não tenho raiva, não tenho mira

Quem levou minhas pedras embora, as pedras do meu forte?

Quem as carregou enquanto eu por caminhos tortos errava?

Agora só acerto o chão, com o brilho translúcido prata de minha mira defeituosa]

Não, não tenho alvo, não tenho guerra, pois não tenho inimigo

Quem me tirou as pedras a constituir meu país soberano?

Pra onde foram enquanto eu olhava os outros e não via a mim?

Agora só acerto a luz, com o brilho ofuscante em queimar amarelo

Pois não tenho teto, não se pode nem querer teto quando não se tem chão]