Enxurro no ser...

Banha chuva minhas trevas
Lava e leva desenganos
Há três dias e noites não
Arribam as flores...

Rosas vermelhas jazidas acinzentadas
Fitaram antúrios mirrados entortados
Galhos.Sai à lua dos amantes banhada
Umedecendo a claridade, aziagas auroras...

Abluindo as íris de meu contemplar
Choramingando retinas orvalhadas
Laqueando as janelas da alma, nas
Passagens fendidas...

Jasmim anêmico sem matiz as irisa.
Gardênias esmagadas no ocaso, lírios e violetas
Lis cicatrizados. Resistem às açucenas
Os agapantos jardinados!!!

Umidade no ser a chibate-ar
Solfeja rumorosa aragem, a mirra
Odorante o alfobre narrado, dilúvio
Funesto no senso a fustigar...

A Lira nevando o corpo e na alma,
As finas flores gemendo de frio.
Gotejam no mais calar profundo,
Lágrimas enxurrando o riso ...

Escuto a primavera pronunciar,
Na brisa melancólica, enternecida
Tortura. Esperas sombreadas, são elas
Entristecidas soluçada a face minha... 


“ A poetisa dos Ventos”
Deth Haak

29/09/2005




Feliz Páscoa Guerreiros e Guerreiras de Orfeu!
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 15/04/2006
Reeditado em 15/04/2006
Código do texto: T139552