QUE FIM LEVOU MINHA VIDA?
São os olhos que a tudo observam,
é a boca, que em silêncio parece calar.
É a percepção, a inteligência
em estado de alerta.
É a noção sobre o que deve me orientar.
São as mentiras aflorando a cada dia
num canteiro onde já não nascem flores.
É o desejo de não retornar, é a ida
são os novos amores...
é tudo uma inútil jornada.
E qual seria o motivo da caminhada,
quando dos sonhos desperto
e diante de mim um imenso nada?
Sombras que ocultam o lado vazio,
a razão que se desfaz quando choro ou sorrio.
Inconseqüente a morada
num leito que não me deu descanço.
Sou meu coração, breve remanso.
Traço versos que desencontram a poesia.
A madrugada já se faz tardia.
A ilusão se faz amanhecida.
Que fim levou minha vida?