Tempestade
(escrita em janeiro de 2008)
Vento manso um dia fui...
Agora, sou tempestade.
Os trovões são meu brados,
Os relâmpagos, sinais da insanidade,
Que me trouxe a tristeza,
A solidão e o pesar.
Não me importa o mundo,
Enquanto a dor não passar...
Sou fúria, sou vendaval,
Trovoada, temporal...
Arrasando tudo por onde passar.
Sei que demora,
Mas tamanha ira há de passar...
Desfazer-se aos poucos,
Como a tempestade que me tornei...
Nesse momento,
Novamente me trasformarei...
De cataclisma em chuva mansa,
Até me desfazer, parar...
E quando a tempestade acabar,
Novamente irei soprar mansamente...
Mas enquanto a bonanza não chega,
Me converto em furacão...
Furioso, enlouquecido,
Sem direção...
Apenas uivando, destruindo e avançando
Sem previsão...
Sem noção do que pode se operar...
Ao fim disto, nem sei onde irei parar.
Só rezo para a fúria aplacar,
Para ter um momento consciente...
Meu sentir está doente.
Por isso a violência da amargura
No meu peito a rodopiar.
É desilusão
Que um dia irá se dissipar...
Não sei como,
Nem quando...
Mas, que Deus me proteja de mim
Enquanto assim continuar...